quarta-feira, 20 de abril de 2011

A Evolução da Flauta

A flauta é dos instrumentos de sopro mais antigos e um dos primeiros instrumentos musicais inventado pelo homem.
     Os historiadores da antiguidade atribuíam suas origens à obra do acaso ou a personagens da mitologia. A ciência, porém, calcula que tenha surgido há mais de 20.000 anos, a julgar pela análise de alguns exemplares encontrados, feitos de osso.
     Provalvelmente, a flauta foi inventada, paralelamente, por povos distantes, sem nenhum contato entre si, podendo ser comprovado através das flautas de bambu ou de argila achadas no Peru, de formas e de sonoridades semelhantes às utilizadas pelos Gregos e Egípicios.
     Uma das versões mais aceitadas sobre a sua origem é a de que o homem primitivo, quando vagava pelos bosques na ânsia de imitar os sons dos pássaros, teria aprendido a assobiar. Posteriormente, ouvindo o som produzido pelo vento nos canaviais, tomou um pedaço de cana e levando-o aos lábios conseguiu emitir sons semelhantes ao assobio, porém mais fortes.
     A partir dessa descoberta, o homem aperfeiçou a flauta de bambu, modificando não só as suas formas, mas também a qualidade dos materiais empregados na sua construção. Até a primeira metada do século XVII, as flautas não possuiam nenhum mecanismo. Eram providas apenas de orifícios, e supõe-se que a primeira chave (Ré#) tenha surgido por volta de 1660.
     Hoje é difícil acreditar que as grandes obras da literatura clássica do instrumento, como as sonatas de Bach, de Haendel e os concertos de Vivaldi, entre outros, pudessem ter sido executadas com flautas tão simples.
     Até principios do século XIX, verificam-se poucos progressos. As flautas continuavam com pouca sonoridade e com muitos problemas de afinação, apesar de novas chaves terem sido acrescentadas ao seu mecanismo. Somente por volta de 1840, ela tornou-se, realmente, um instrumento quase perfeito, semelhante ao utilizado hoje em dia, graças a um sistema revolucionário inventado por Theobald Boehm, flautista, compositor e fabricante de flautas.
     Esse novo mecanismo, conhecido como "sistema Boehm", aumentou a extensão da flauta, facilitou o dedilhado, permitindo a execução de obras de virtuosidade até então impraticáveis com as flautas antigas.
     Foi Louis Lot célebre fabricante de flautas, da "Maison Lot" de Paris, que a tornou o instrumento definitivo. Construiu-as como uma liga especial de prata, enriquecendo sobremaneira a qualidade sonora do instrumento. Foram as mais perfeitas fabricadas na Europa, servindo, posteriormente, de modelo para as flautas americanas e japonesas, tão requisitadas atualmente.
     Entusiasmados com os novos progressos alcançados e com o crescente interesse pelo instrumento, os compositores começaram a escrever, explorando o novo caráter virtuosístico da flauta. Foi o período áureo dos grandes solos de concerto, das árias de bravura e dos temas com variações, quando se destacaram os grandes flautistas e compositores Toulou, Demerssemann, Briccialdi, Doppler, e o próprio Boehm.
     A partir de 1950, começa uma grande disputa entre os fabricantes, principalmente nos Estados Unidos. Procurando aperfeiçoar ainda mais o instrumento, descobrem-se novas ligas metálicas e são produzidas as primeiras flautas de ouro e de platina. Atualmente, as flautas mais procuradas são: Haynes, Powell, Brannen (americanas) e Muramatsu, Sankyo, Yamaha e Miyazawa (japonesas), fabricadas em prata e em ouro, cujos preços podem variar de 4 a 48 mil dólares!
     Procurando aumentar o volume do som da flauta - cada vez mais presente nas grandes salas de concerto - os pesquisadores descobriram que, se modificassem o bocal, elas seriam mais sonoras. Os bocais fabricados pelo flautista e "luthier" Albert Cooper foram os primeiros a atingir esse objetivo.
     Hoje em dia, existe uma infinidade de artesãos espalhados pelo mundo, dedicando-se, exclusivamente, a fabricas bocais, os quais os quais podem ser adaptados em qualquer flauta. O brasileiro Luis Carlos Tudrey é um desses especialistas, cujo trabalho vem sendo reconhecido internacionalmente.
     Graças aos progressos mecânicos e sobretudo a uma vasta discografia produzida por grandes intérpretes da música clássica e popular, a flauta conquistou uma grande popularidade no mundo inteiro.
     Para completar ainda mais os progressos do instrumento, os fabricantes dedicam-se, agora, a aumentar a extensão dos sons graves, tendo surgido as flautas baixo e contra-baixo em várias tonalidades.

Texto extraido do método ilustrado de flauta Celso Woltzenlogel, páginas 19 e 20.

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